Álbum Inteiro e Verdadeiro – Faixas 11 e 12
Vídeo https://www.youtube.com/watch?v=7GST9LdS3tY
Do nada o Nós
Nesta vida dita humana
Vivemos com diferentes nós
Um tipo útil, outro nem tanto
Nó de marinheiro, nó cego.
No enlaço amoroso há o Nós
Que contém o mais sagrado de nós.
Um triste dia
Você me avisou
Que o Nós acabou
Nada mais havia
Um triste dia
Nada mais havia
Nada mais havia
Nada entre nós
Nada mais havia
Nos nós.
Todavia, diz a lenda
No começo era o nada
E do nada o Criador
Fez você, uma tenda
E do nada o Criador
Fez você, uma tenda
Assim também o Nós
Um dia renascerá
E Ele em nós
O caminho iluminará
E Ele em nós
O caminho iluminará
Venha linda flor
Traga o seu abraço
Acolha em um só laço
Todo o nosso ardor.
Acolha em um só laço
Todo o nosso ardor.
O Sol voltará
E tudo haverá
Tudo entre nós
Nos nós.
Composição - Hiran de Melo
Intérpretes: Boy & Bielzin
Arranjos e Gravação: Studio
Washington Boy
Faixa 11 do Álbum Inteiro e
Verdadeiro – 2023/2024
Vídeo
https://www.youtube.com/watch?v=7GST9LdS3tY
Faixa 12 do Álbum Inteiro e
Verdadeiro – 2023/2024
Instrumental
Anexo
Do nada o Nós: Leitura do Poeta
Quando criei o poema 'Do nada o Nós', busquei
explorar a ideia de que a vida humana, muitas vezes, é permeada por nós, seja
no sentido literal dos embaraços cotidianos, seja na forma de relacionamentos
profundos, como o amor. O 'nós' que aparece ao longo do poema não é apenas um
laço físico, mas também metafísico, algo que liga duas pessoas, duas almas,
numa relação que transcende a materialidade.
Logo no início, falo de diferentes tipos de 'nós' –
o 'nó de marinheiro', que é útil, firme e seguro, e o 'nó cego', que é confuso
e sem direção. Essa dualidade reflete como, em nossas vidas, também criamos
relações que são fortes e confiáveis, enquanto outras parecem ser complicadas,
sem sentido ou sem propósito. O primeiro 'nós' que aparece no poema é o amoroso,
aquele que une os seres humanos em algo mais sagrado, profundo.
Entretanto, a segunda parte do poema é marcada por
uma perda, onde o 'nós' acaba, deixando apenas o
vazio. Esse 'nós' que se desfaz é uma representação da fragilidade das relações
humanas, da dor do término ou do afastamento, onde, de repente, 'nada mais havia'. Esse vazio, esse 'nada', é doloroso, mas também carrega em si a
possibilidade de transformação e renovação.
A lenda que introduzo sobre o 'nada' como ponto de
partida para a criação do universo tem uma intenção filosófica, pois acredito
que é do vazio que surgem as possibilidades. Assim como no princípio da
criação, do 'nada' surgem as mais belas e complexas formas, assim também o
'nós' pode renascer. O poema caminha, então, da perda para a esperança de que o
'nós' um dia voltará a existir, mais forte, mais pleno.
Há uma repetição de versos, que se tornaram como um
mantra, sugerindo que o 'nós' é algo que precisa ser cultivado e reconquistado.
O 'Sol', no final, simboliza a renovação, a volta da luz e do calor,
representando o retorno do afeto e da conexão. Quando digo 'todo o nosso ardor', faço referência ao calor do amor
e à energia que se gera quando duas pessoas se unem com força e intensidade.
A mensagem final que tento passar com 'Do nada o
Nós' é a de que, apesar das dificuldades e das separações, existe sempre a
possibilidade de renascimento, de recomeço, e que o amor tem o poder de
iluminar o caminho, mesmo nos momentos mais sombrios.
Por fim, esse depoimento tenta captar a essência do
poema, evidenciando os sentimentos de perda, renascimento e esperança que
permeiam a composição. O 'nós' é uma metáfora poderosa que articula as
complexas relações humanas e o eterno ciclo de criação e destruição.
Poeta Hiran de Melo
Comentários
Postar um comentário