Álbum Forrozando com Rebocal – Faixa 8, Vol. 2
Menina do Sertão
Portas
e janelas
Fazendas
tão belas
Fechadas
Deixadas
pra trás
Estradas
do tempo
Foi
embora com o vento
Onde
anda você
Que
não vejo mais
Vestido
de chita
Trança
no cabelo
Sandália
de couro
Inocente
coração.
Menina
do Sertão
Onde
anda você?
Tão
linda!
Composição: Majda Hamad Pereira
Interprete: Gegê Bismarck
Arranjos e Gravação: Studio
Washington Boy
Faixa 08 do Álbum Forrozando
com Rebocal 2013
Anexo
Depoimento de um admirador da poesia
"Menina do Sertão"
Ao ler "Menina do Sertão", sou
imediatamente transportado para as paisagens áridas e ao mesmo tempo acolhedoras
do sertão nordestino. As primeiras linhas, "Portas
e janelas / Fazendas tão belas / Fechadas / Deixadas pra trás",
evocam imagens de propriedades rurais que, embora imponentes em sua
arquitetura, estão desertas, talvez abandonadas pelo tempo ou pelas circunstâncias.
Essa cena inicial desperta em mim uma sensação de nostalgia, como se
estivéssemos olhando para o passado, tentando resgatar memórias de uma época
que se foi.
As "Estradas do tempo"
que "Foram embora com o vento"
reforçam essa ideia de transitoriedade e efemeridade. Pergunto-me: onde estará
aquela menina que, um dia, correu por essas estradas? A ausência dela é
sentida, e sua falta é quase palpável. A referência ao "Vestido de chita", à "Trança no cabelo" e à "Sandália de couro" pinta um retrato vívido de sua
simplicidade e pureza, características que parecem estar em harmonia com a
rusticidade e a beleza do sertão.
Ao chamar a atenção para a "Menina do
Sertão", a poetisa não apenas presta homenagem a uma figura feminina
típica da cultura nordestina, mas também toca em algo mais profundo: a perda, a
saudade e a busca por algo que se foi, mas que permanece vivo na memória e no
coração. A presença de "Onde anda você?"
reforça essa busca incessante, esse desejo de reconectar com algo que é ao
mesmo tempo familiar e distante.
"Menina do Sertão" é, para mim, uma
reflexão sobre a passagem do tempo, a preservação das tradições e a importância
de lembrar nossas raízes. É uma poesia que me convida a olhar para trás,
valorizar o que foi e, talvez, redescobrir partes de mim mesmo que estavam
adormecidas.
Poeta Hiran de Melo
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