Álbum Sons da Terra & Gente – Faixa 04
Vídeo https://www.youtube.com/watch?v=y47D_BP350w
Não há perdão
Seguir pelo caminho sem luz
Fechar o coração ao que conduz
Saindo sem sorrir ou chorar
Não há como me perdoar
Por deixar a lua partir
E o sol não acordar
(Coral)
Não há cura, nem remédio
Nem alívio, nem intermédio
O despertar vai aquém do perdão
Barco sem âncora, mar adentro
A pedra da segurança sem lugar
Ao desejo do vento, as velas estão
Não há como te perdoar
Por deixar a lua partir
E o sol não acordar
(Coral)
Não há cura, nem remédio
Nem alívio, nem intermédio
O despertar vai aquém do perdão
Composição - Hiran de Melo & Boy
Intérpretes: Boy & Bielzin
Arranjos e Gravação: Studio
Washington Boy
Faixa 04 do Álbum Sons da
Terra & Gente – 2022
Vídeo
https://www.youtube.com/watch?v=y47D_BP350w
Anexo
Não há perdão: A leitura do poeta
A canção se inicia com a imagem de um "caminho sem luz", um arquétipo universal que
representa a jornada do herói em busca de si mesmo. A ausência de direção e a
sensação de angústia são temas recorrentes na literatura, ecoando em obras como
"A Divina Comédia", de Dante Alighieri.
O "coração fechado"
simboliza a defesa contra a vulnerabilidade, a busca por proteção. Essa
temática ecoa em obras como "O Pequeno Príncipe", de Antoine de
Saint-Exupéry, onde a construção de muros isola o protagonista do mundo
exterior.
A imagem de "saindo sem
sorrir ou chorar" evoca a figura do "homem de massa",
alienado e desumanizado, presente em diversas obras literárias e filosóficas. A
ausência de emoções é um tema recorrente na literatura moderna, que busca
explorar a condição humana em um mundo cada vez mais mecanizado.
A culpa e o arrependimento, presentes na repetição
insistente de "Não há como me perdoar",
são temas universais que ecoam em diversas obras literárias, desde as tragédias
gregas até a literatura contemporânea. A perda da luz, representada pela "lua que partiu" e pelo "sol que não acordar", remete a um estado de
escuridão interior, comum a personagens que se sentem culpados por seus atos.
O "barco sem âncora"
simboliza a condição humana diante da incerteza e da finitude, ecoando em obras
como "O Velho e o Mar", de Ernest Hemingway. A busca por um
"lugar seguro", representada pela "pedra
da segurança sem lugar", reflete a condição existencial humana,
marcada pela finitude e pela incerteza, como em "O Mito de Sísifo",
de Albert Camus.
A culpa, na canção, não se limita a um ato
específico, mas se apresenta como uma sombra que permeia toda a existência do
eu lírico, obscurecendo a esperança e a alegria. A metáfora da perda como uma
ferida que nunca cicatriza revela a profundidade do sofrimento, que se torna
uma parte intrínseca da identidade do eu lírico.
A canção levanta a questão do perdão, não como um
ato simples, mas como um processo complexo e doloroso. O eu lírico questiona se
é possível reparar os danos causados e encontrar a paz interior.
"Não Há Perdão" é uma canção que nos
convida a uma profunda jornada introspectiva, guiados por um eu lírico
atormentado pela culpa e pela perda. A linguagem poética, rica em metáforas e
símbolos, cria um universo simbólico que nos permite conectar com as emoções
mais profundas do ser humano.
Poeta Hiran de Melo
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