Álbum Trilhas e Estradas da Vida 2022 – Faixa 12

Vídeo https://www.youtube.com/watch?v=-5ntbml6vfY

 

A vida sorri e supera a morte

 

 

Quando começa o processo de cisão

Atribui-se a causa total ao outro

Com o tempo passando chega a mutação

Procura-se a causa muito além do outro

 

 

Atitude que traz um rio de dor

O sentimento de ter SIDO iludido

Mutação que traz uma nova dor

O sentimento de ter SI iludido

 

 

(Vocal)

A vida me sorrir

Superada a morte

Te encontrar no advir

Que sorte, que sorte.

 

Da certeza de não poder reter

O amor que se desejava eterno

Da dúvida, do rancor, nada a ver

Com o temor que se pensava externo

 

 

Com o tempo isso também mudou

A dor aceita, superada, se torna antiga

Sobras das cinzas de tudo que passou

Sopradas pelo retorno da alegria amiga.

 

(Vocal)

A vida me sorrir

Superada a morte

Te encontrar no advir

Que sorte, que sorte.

 

 

A beleza atrai e se apoia no braço amigo

Compartilhando as noites com pleno ardor

Algo forte esteve evitando o abraço antigo

Razões existiam a desafiar o libertador

 

 

Impossível imaginar que das areias do deserto

O teu perfume fez um jardim e te fez chegada

A vida vence e o coração sorri livre e desperto

Bate forte, dança e canta o hino da bem-amada

 

(Vocal)

A vida me sorrir

Superada a morte

Te encontrar no advir

Que sorte, que sorte.

 

Composição: Hiran de Melo & Boy

Intérpretes: Boy & Bielzin

Arranjos e Gravação: Studio Washington Boy

Faixa 12 do Álbum Trilhas e Estradas da Vida

Publicado no blog: Álbuns – Letras de Músicas

Vídeo:

https://www.youtube.com/watch?v=-5ntbml6vfY

 

Anexo

 

A vida sorri e supera a morte: A leitura do poeta

 

"A Vida Sorri e Supera a Morte" é uma reflexão sobre o processo de transformação pessoal e emocional que ocorre quando enfrentamos a dor e a perda, mas que, com o tempo, se transforma em algo mais profundo e libertador. A canção narra a jornada de superação da angústia, da decepção e da dor, até a aceitação e a renovação. A ideia central é que a vida, em sua essência, continua a sorrir para nós, mesmo quando nos deparamos com a morte, seja ela simbólica ou real. A morte, aqui, não é apenas o fim da vida, mas as mortes emocionais que vivemos ao longo da jornada — perdas, desilusões, finais de ciclos.

 

A primeira estrofe fala sobre a cisão, a separação, e como muitas vezes, ao passarmos por um processo doloroso, colocamos a culpa no outro. Isso é uma reação humana comum: atribuímos a causa da nossa dor ao outro, mas, com o tempo, a realidade começa a mudar e a mutação acontece. Com isso, aprendemos que a causa da dor não está apenas no outro, mas em nós mesmos, nas nossas próprias ilusões e expectativas não correspondidas. "O sentimento de ter SIDO iludido" e "o sentimento de ter SI iludido" são expressões que trazem essa mudança interna, de reconhecer que a dor também nasce das nossas próprias ilusões e idealizações.

 

A estrofe do vocal, “A vida me sorrir, superada a morte / Te encontrar no advir, que sorte, que sorte", é um momento de transcendência. Após a dor e a perda, vem a reconciliação com o que aconteceu, a capacidade de olhar para o futuro com esperança e gratidão, sabendo que, embora o sofrimento tenha sido inevitável, a vida oferece novas possibilidades e novos encontros. O "advir" é o que ainda está por vir, a promessa de algo novo, algo que emerge após a tempestade emocional.

 

Na segunda parte da canção, há uma reflexão sobre a certeza de que, muitas vezes, tentamos reter o que não pode ser mantido. O amor que desejávamos eterno, os rancores que pensávamos serem externos, mas que, no fim, eram nossos. O tempo é, então, um grande curador, e aquilo que antes era dor, com o tempo, torna-se apenas uma memória distante. As "sobras das cinzas" simbolizam o que resta após a transformação, o que foi superado, e o "retorno da alegria amiga" fala sobre a capacidade de se abrir novamente para a vida, para a felicidade, depois de um período de luto.

 

A beleza da vida, simbolizada pela "beleza [que] atrai e se apoia no braço amigo", reflete a força das conexões humanas e como essas relações nos ajudam a nos curar. O "abraço antigo" que foi evitado, mas que agora se torna possível, é a metáfora para a cura das feridas emocionais. Isso fala sobre o poder da amizade, do companheirismo e do amor para restaurar o que estava partido.

 

A última estrofe traz a imagem poética de como, das "areias do deserto", a vida pode florescer — como se, a partir da dor e da seca emocional, o perfume da reconciliação e do amor pudesse criar algo belo e novo. A vida, então, vence, e o coração, que estava pesado, agora sorri livre e desperto, dançando e cantando o "hino da bem-amada", celebrando a renovação e a alegria de viver.

 

Por fim, "A Vida Sorri e Supera a Morte" é uma ode à resiliência, à superação das perdas e à renovação do ser. A canção expressa a jornada do sofrimento à cura, e a certeza de que, apesar das adversidades, a vida sempre encontra uma forma de sorrir e nos oferecer novas oportunidades de amor, felicidade e crescimento.

 

Poeta Hiran de Melo 

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