Álbum Trilhas e Estradas da Vida 2022 – Faixa 11
Vídeo https://www.youtube.com/watch?v=-5ntbml6vfY
Assim Nascem os Deuses
Mãos que me levam para ti
Pés que não vejo caminhando
Elevam o meu coração ao firmamento.
Os tambores aplaudem docemente a tua glória
Acompanhados por guitarras que gemem de prazer
Sereias cantam no deserto como se estivessem no mar
Fazendo as areias deslizarem na dança do ventre.
(Coral)
Deusa rainha tu és
Planando em um trono alado
No sentido contrário ao amanhecer.
Fecho os olhos permitindo a invasão
Do teu olhar ao meu coração
Que iluminado deixa transbordar
Luzes azuis da Imensidão.
Acolhe-me na eternidade
Degusta-me durante a noite estrelar
Vinho humano ofertando à tua fertilidade
Noite de São Jorge, lua, luau, luar.
(Coral)
Deusa rainha tu és
Planando em um trono alado
No sentido contrário ao amanhecer.
Composição: Hiran de Melo
& Boy
Intérpretes: Boy &
Bielzin
Arranjos e Gravação: Studio
Washington Boy
Faixa 11 do Álbum Trilhas e Estradas da Vida
Publicado no blog: Álbuns –
Letras de Músicas
Vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=-5ntbml6vfY
Anexo
Assim Nascem os Deuses: A leitura do poeta
"Assim
Nascem os Deuses" é uma canção que busca traduzir a grandiosidade e o
mistério da criação, da espiritualidade e da transcendência através da metáfora
de um encontro com uma figura divina, uma deusa. A ideia central que permeia a
música é a força cósmica do feminino, a presença de uma entidade que possui
tanto a força quanto a beleza da natureza e do universo. A canção faz uso de
imagens poéticas e simbolismos místicos para evocar essa energia divina e sua
relação com o ser humano.
Quando
falo sobre "Mãos surgem das nuvens",
estou introduzindo a ideia de uma presença superior, quase etérea, que toca a
terra com suavidade, mas também com um poder transformador. As mãos que me
levam para ti e os pés que não vejo caminham como se o divino estivesse nos guiando
de maneira invisível, mas certa, elevando nosso ser ao "firmamento", ao alto, ao transcendental.
Os
tambores e guitarras, que “aplaudem docemente a tua
glória” e “gemem de prazer”, são
elementos que unem a espiritualidade com a sensualidade, refletindo a
celebração do divino através do som, da música e da dança. A ideia das "sereias cantando no deserto como se estivessem no mar"
é uma imagem poderosa, que mostra a capacidade do divino de se manifestar em
qualquer lugar, mesmo nos ambientes mais improváveis, transformando o deserto
árido em um espaço de vida e movimento. Isso também fala da força da adaptação,
do poder de se conectar com qualquer parte do mundo.
O
coral, com as palavras "Deusa rainha tu és,
planando em um trono alado", traz a figura dessa deusa como uma
entidade sublime, com um poder celestial, que transcende o tempo e o espaço. O
trono alado simboliza o domínio sobre o mundo, mas também a leveza e a
liberdade do ser que se conecta com a essência do cosmos. O fato de ela planar
“no sentido contrário ao amanhecer” sugere a
ideia de que ela não está sujeita ao tempo ou ao ciclo comum da vida, mas é uma
força que opera além dessas limitações.
O
verso "Fecho os olhos permitindo a invasão / Do
teu olhar ao meu coração" é sobre a entrega total àquilo que é
desconhecido, permitindo que o divino se infiltre em nossa essência e nos
ilumine. As "luzes azuis da Imensidão"
representam essa iluminação espiritual, que não é só visível, mas também
sensível, tocando as profundezas do ser.
A
ideia de acolhimento na eternidade e a metáfora do “vinho
humano ofertando à tua fertilidade” reforçam a relação de reciprocidade
entre o humano e o divino. A oferenda ao divino, como um gesto de devoção e de
união, simboliza a aceitação da natureza espiritual do ser humano, reconhecendo
sua fragilidade, mas também sua capacidade de gerar e criar.
Por
fim, a canção celebra a união do humano e do divino, em um ato de reverência e
também de transcendência. "Assim Nascem os Deuses" não é apenas uma
canção sobre uma figura divina, mas sobre como nós, seres humanos, somos
capazes de conectar-nos com o infinito, com a energia primordial que move o
universo. É sobre a relação mística entre a criação e o criador, entre o finito
e o infinito, em um ato de pura entrega e celebração.
Poeta Hiran de Melo
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