Álbum Veraneio Intermares 2020 – Faixa 06

Vídeo https://www.youtube.com/watch?v=_d4YOVOuAAY

 

Matemos a esperança

 

É precioso que tu mates a esperança

Que habita o teu coração

Não espere por mim

Eu já estou aqui

Na tua frente.

 

É precioso que eu mate a esperança

Que habita o meu coração

Não espero por ti

Tu já estás aqui

Na minha mente.

 

É precioso que tu mates a esperança

Que habita o teu coração

Bebas a vida plenamente

Do jeito que tu és

Nada diferente.

 

É precioso que eu mate a esperança

Que habita o meu coração

Poderemos nos aceitar

E a esperança morrer

Para sempre.

 

Não esperes, não espero

Matemos a esperança, matemos a esperança

Somos o que somos, eternamente.

 

Composição -  Hiran de Melo & Bielzin

Intérprete: 🎤 Bielzin

Arranjos e Gravação: Studio Washington Boy

Faixa 06 do Álbum Veraneio Intermares 2020

Publicado no blog: Álbuns – Letras de Músicas

Vídeo:

https://www.youtube.com/watch?v=_d4YOVOuAAY

 

Anexo

 

Depoimento do poeta: Matemos a esperança

 

"Matemos a Esperança" é um poema que explora a ideia de libertação através da morte simbólica da esperança. A esperança, muitas vezes vista como algo positivo e motivador, é aqui tratada de maneira irônica, quase como um fardo que nos impede de viver plenamente. O poema propõe um pacto entre dois seres, que, ao decidirem 'matar' a esperança, buscam uma forma de aceitação mútua e de rendição ao presente, sem expectativas ou ilusões.

 

Desde o início, a repetição da frase "É precioso que tu mates a esperança" cria um tom de urgência e intensidade, como se a esperança fosse algo a ser extirpado para que, finalmente, a verdadeira liberdade fosse conquistada. Esse convite para "matar a esperança" não é literal, mas metafórico, sugerindo que, ao nos libertarmos da ideia de um futuro perfeito ou das expectativas irrealistas, podemos realmente viver e nos aceitar como somos, sem adornos ou fantasias.

 

O poema se apresenta como um diálogo entre duas pessoas, onde cada uma convida a outra a deixar de esperar, seja pelo outro ou por algo fora de si. "Não espere por mim / Eu já estou aqui" e "Não espero por ti / Tu já estás aqui" indicam uma espécie de encontro no presente, uma aceitação da realidade como ela é, sem os adornos da esperança. Aqui, o eu lírico propõe que, ao abandonar essa expectativa do que está por vir, podemos finalmente ser autênticos e viver intensamente, sem a necessidade de esperar por algo melhor ou mais perfeito.

 

Ao longo da composição, há também uma reflexão sobre aceitação e pertencimento: "Poderemos nos aceitar / E a esperança morrer / Para sempre." A morte simbólica da esperança aqui não é um ato de destruição, mas de construção de um novo tipo de relação – mais genuína, mais presente e mais fiel ao que é, sem promessas nem promessas não cumpridas. Esse "matar a esperança" se torna, então, uma forma de aceitação radical da realidade, do que somos e do que o outro é.

 

O refrão final, "Matemos a esperança, matemos a esperança / Somos o que somos, eternamente", reforça a ideia de que, ao abandonarmos as ilusões e expectativas, nos encontramos em nossa essência mais verdadeira. Sem a esperança que nos empurra para o futuro ou nos dá falsas promessas, podemos viver plenamente o presente e, mais importante, aceitar nossa verdadeira natureza.

 

"Matemos a Esperança" não é uma apologia ao pessimismo, mas uma reflexão sobre o valor de viver sem a pressão de sermos ou fazermos algo além do que somos. É uma celebração da autenticidade, do encontro consigo mesmo e com o outro, sem as amarras do futuro ou do que deveria ser. Em vez de esperar por algo fora de nós, o poema nos convida a estar presentes e a viver o que já é, com todas as suas imperfeições e realidades.

 

Poeta Hiran de Melo

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