Álbum Veraneio Intermares 2020 – Faixa 07


Vídeo https://www.youtube.com/watch?v=mwRTFtMzw8w

 

Abraçar a aurora

 

E vamos beijar o ar, a terra e o fogo

Fogo teu, fogo meu, fogo do vulcão

Chamas que acendem e aquecem o coração

O meu, o teu, no pulsar do caminho.

 

(Coral)

Vamos agora

Saindo do quadrado

Abraçando a aurora

 

Vamos abrindo caminhos no espaço e no tempo

Rumo as nascentes dos rios, beber e amar

Pedras rolando, preconceitos que asneiras

O teu sopro respirando no escalar das cachoeiras

 

(Coral)

Vamos agora

Saindo do quadrado

Abraçando a aurora

 

Vamos bebendo a água

Do teu ser errante

Da tua boca delirante

Dos teus olhos, meus.

 

(Coral)

Vamos agora

Saindo do quadrado

Abraçando a aurora

 

Vamos mergulhar no abismo da incerteza

Na plena consciência e na demência

Que quero ser todo, todo teu

Que quero ser todo, todo teu

Que quero ser todo, todo teu

 

Composição -  Hiran Melo & Bielzin

Intérpretes: 🎤 Boy & Bielzin

Arranjos e Gravação: Studio Washington Boy

Faixa 07 do CD Veraneio Intermares 2020

Publicado no blog: Álbuns – Letras de Músicas

Vídeos:

https://www.youtube.com/watch?v=mwRTFtMzw8w

 

Anexo

 

Depoimento do poeta: Abraçar a aurora

 

"Abraçar a Aurora" é uma canção que celebra a liberdade, a conexão profunda e a busca pelo amor sem amarras. A ideia central do poema é o abandono das convenções e das limitações impostas pela sociedade, simbolizadas pelo "quadrado", para explorar a vastidão do universo e do próprio ser. A aurora, que representa o novo, o nascimento e a renovação, é o convite para sairmos da rigidez e abraçarmos o que está por vir, o que é natural, o que é espontâneo e, acima de tudo, autêntico.

 

No primeiro verso, a união de elementos naturais como o ar, a terra e o fogo traz uma sensação de conexão primal. O "fogo teu, fogo meu" representa a fusão entre duas energias, duas pessoas ou duas essências, que se encontram e se reconhecem em um ponto de calor, de intensidade emocional. As chamas que "acendem e aquecem o coração" simbolizam o despertar de sentimentos profundos, o impulso vital que nos move a seguir o nosso caminho, juntos ou individualmente, mas sempre com paixão e verdade.

 

A repetição do coral, "Vamos agora / Saindo do quadrado / Abraçando a aurora", ecoa como um grito de liberdade, como um convite para romper com os limites impostos pela rotina, pela sociedade ou pelas expectativas alheias. Sair "do quadrado" é uma metáfora para a necessidade de quebrar as barreiras que nos aprisionam, para que possamos nos entregar à experiência plena de viver. Abraçar a aurora é, assim, um gesto simbólico de se abrir para o novo, para o inexplorado, e se entregar a um futuro cheio de possibilidades e luz.

 

Os versos "Vamos abrindo caminhos no espaço e no tempo" e "Rumo às nascentes dos rios, beber e amar" sugerem uma jornada não só física, mas espiritual, em busca de purificação e de profundidade emocional. Beber da "água" e amar é beber das experiências da vida, dos sentimentos, das conexões humanas e de tudo o que nos move para frente, sem medos ou restrições.

 

A busca pelo "teu ser errante", a "boca delirante" e os "olhos meus" reforçam a ideia de um amor intenso e descontrolado, em que não há espaço para limites, apenas a entrega ao que é verdadeiro e instintivo. Há uma troca visceral, uma entrega mútua que transcende o racional e se conecta com o mais íntimo, o mais genuíno.

 

A parte final do poema, com os versos "Vamos mergulhar no abismo da incerteza / Na plena consciência e na demência", traz à tona uma contradição interessante: a busca pelo desconhecido e pelo misterioso, o desejo de viver a plenitude da experiência humana, mesmo que isso envolva um certo grau de loucura, incerteza ou risco. Ao afirmar repetidamente "Que quero ser todo, todo teu", o poema revela um desejo absoluto de entrega, uma busca por um amor que seja total, sem reservas, sem medos do que isso possa significar.

 

"Abraçar a Aurora" não é apenas um poema sobre amor, mas sobre a liberdade de ser, de viver e de se entregar à experiência sem medo das consequências. Ele nos convida a romper com as limitações e as expectativas impostas, a nos perdermos no fluxo da vida e a encontrarmos, no fim, uma conexão profunda e verdadeira com o outro e consigo mesmo. O poema é uma celebração do momento presente, da intensidade das emoções e da aceitação da incerteza que faz parte da nossa jornada.

 

Poeta Hiran de Melo

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