Álbum Princesa dos Céus Azuis 2021Faixa 12

Vídeo https://www.youtube.com/watch?v=1hXV2gQ-v0U

 

Maiara

 

Nunca a vi, nem por fotografia

Parecia-me um ser inventado

Um ente poético, uma fantasia

Tão bela, tão desejado.

 

(Coral)

Quem seria Maiara?

O que serias sem ela?

 

De repente, a partida

Foi dolorosamente sentida

Na despedida

O primeiro beijo?

Não!

 

Tantas coisas em jogo, tudo enaltecia

Beleza, graça, ternura, alegria...

Tudo, tudo vinha dela

E se foi com ela

 

 

(Coral)

Quem seria Maiara?

O que serias sem ela?

 

A saudade com indomável energia

Derruba conceitos e da ausência reclama

A falta trazendo a valentia

Para com tudo romper e clama

 

(Coral)

Quem será Maiara?

O que serás sem ela?

 

Outra despedida ronda o teu pensamento

Escuta a tua alma, embriaga a tua vontade

Dá asas a tua coragem, impõe mandamento

A vida que queres só pode vim dela

Só pode vim dela

 

(Coral)

Quem será Maiara?

O que serás com ela?

 

Composição -  Hiran de Melo & Boy

Intérpretes: Boy & Bielzin

Arranjos e Gravação: Studio Washington Boy

Faixa 12 do Álbum Princesa dos Céus Azuis – 2021

Vídeos:

https://www.youtube.com/watch?v=1hXV2gQ-v0U

 

Anexo

 

Maiara: A leitura do poeta

 

"Maiara" é uma canção que nasceu de uma reflexão sobre o impacto profundo que uma pessoa pode ter na nossa vida, mesmo sem nunca a ter conhecido de forma direta. A figura de Maiara, ao longo da música, representa esse ser idealizado, quase mitológico, que toma forma na nossa imaginação, nas nossas emoções e desejos. Ela é, ao mesmo tempo, uma pessoa real e um arquétipo de perfeição e desejo, alguém que, mesmo ausente, deixa uma marca indelével na vida do outro.

 

A primeira estrofe, que diz "Nunca a vi, nem por fotografia / Parecia-me um ser inventado / Um ente poético, uma fantasia", reflete a ideia de que Maiara, até então, era uma construção mental, uma idealização. Ela é vista como algo inalcançável, mais do que real, uma figura quase sobrenatural que se encaixa perfeitamente no imaginário do protagonista. Essa imagem de "ser inventado" cria uma tensão entre a realidade e o desejo, entre o que é real e o que é projetado.

 

O coral, que se repete ao longo da música, "Quem seria Maiara? / O que serias sem ela?", é uma pergunta que surge do vazio da ausência, do impacto causado pela partida dessa pessoa. Maiara, nesse contexto, é um catalisador da transformação interna do sujeito, e a dúvida sobre quem ele seria sem ela revela a magnitude da sua presença, mesmo sem estar fisicamente presente.

 

A segunda parte da canção traz a dor da despedida e a sensação de perda profunda. "De repente, a partida / Foi dolorosamente sentida / Na despedida" reflete como a partida de Maiara deixou um vazio que parece irremediável.

 

"O primeiro beijo? / Não!" — esse verso reflete a ironia e a frustração de que, apesar de todas as expectativas, a experiência não se concretizou. O beijo que não aconteceu, o sonho que se desfez.

 

A canção então menciona todas as qualidades atribuídas a ela, "Beleza, graça, ternura, alegria... / Tudo, tudo vinha dela / E se foi com ela", revelando que Maiara não é só uma pessoa, mas um conjunto de qualidades que preenche a vida do outro. Sua ausência não é só física, mas de tudo o que ela representava. É uma perda que vai além de um simples adeus.

 

"Maiara" também fala da saudade e da energia transformadora que ela traz. "A saudade com indomável energia / Derruba conceitos e da ausência reclama" fala sobre como a saudade, em sua forma mais pura, se torna um sentimento tão forte que rompe as barreiras da razão e da lógica. A ausência de Maiara não é apenas dolorosa, mas tem o poder de transformar, de provocar uma necessidade de agir, de romper com o passado, como se a perda fosse um grito desesperado por algo novo.

 

No final, a música sugere que a única forma de reconstruir ou seguir em frente é por meio dessa figura idealizada, como se Maiara fosse uma chave para a transformação pessoal do protagonista. "A vida que queres só pode vir dela" expressa a ideia de que, em certo ponto, a força da saudade e o desejo por Maiara se tornam uma força motivadora para o sujeito.

 

Ele só poderá seguir em frente ou encontrar um novo sentido para sua vida se puder, de alguma forma, reconectar-se com o que Maiara representa para ele.

 

A repetição da pergunta "Quem será Maiara? / O que serás com ela?" no final, dá um tom de expectativa, como se o protagonista estivesse buscando uma resolução, uma resposta para sua dúvida existencial. A canção, com sua melodia crescente e cheia de intensidade, tenta encapsular essa busca pela resposta, esse confronto entre a ausência e o desejo, a realidade e a fantasia.

 

Para nós, "Maiara" é mais do que uma música sobre uma pessoa; ela é sobre as ilusões e as realidades que criamos, sobre a dor da perda e, ao mesmo tempo, sobre como essas experiências nos transformam e nos impulsionam a seguir em frente. É uma reflexão sobre como nos entregamos ao desejo, sobre o poder da saudade, e sobre como essas forças podem moldar quem somos.

 

Poeta Hiran de Melo 

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