Álbum Princesa dos Céus Azuis 2021 – Faixa 05
Vídeo https://www.youtube.com/watch?v=ylRFIo7hqSw
A voz do despertar
Uma
doce brisa aconteceu
Quando
o despertar da lua
Colocou
o poeta na rua
O incógnito
apareceu.
Quando
alguém falou
Sou
toda tua
Vestida
ou nua
Assim
se apresentou.
Uma
lágrima gemida...
Devore-me
agora
Não
espere a hora
Já
estou bebida e comida.
Na
mais derradeira idade
Na
subida da última ladeira
Em
um gozo de primeira
Sua
voz iluminou toda cidade.
Composição - Hiran de Melo & Boy
Intérprete: 🎤 Boy
& Bielzim
Arranjos e Gravação: Studio
Washington Boy
Faixa 05 do Álbum Princesa dos
Céus Azuis 2021
Publicado no blog: Álbuns –
Letras de Músicas
Vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=ylRFIo7hqSw
Anexo
A voz do despertar: A leitura do poeta
Quando
estava compondo essa música, a ideia central era capturar a fragilidade e a intensidade
de um despertar — seja ele físico, emocional ou espiritual. A letra é como uma
conversa entre o poeta e o desconhecido, que, de alguma forma, se apresenta de
maneira provocante, mas também doce e envolvente.
A
canção se inicia com a descrição do momento do encontro, a sensação de que uma
doce brisa anuncia a chegada da lua e o despertar da paixão. "Uma doce brisa aconteceu/Quando o despertar da lua/Colocou o
poeta na rua/O incógnito apareceu" nestes versos descrevemos a
atmosfera mágica do encontro, a sensação de que algo extraordinário está
prestes a acontecer.
A
doce brisa, por exemplo, simboliza o começo suave de uma transformação. A lua,
que faz o poeta sair para a rua, é um reflexo dessa luz que ilumina o caminho
para o que está por vir, mesmo sem saber o que é. É como a revelação de algo
que estava ali, mas que só agora ganha forma.
A
segunda estrofe, "Quando alguém falou/Sou toda
tua/Vestida ou nua/Assim se apresentou", onde a figura misteriosa
se apresenta com a frase "Sou toda tua, vestida ou
nua", é uma representação da entrega sem reservas, do abandono à
paixão, ao desejo e ao prazer. É um momento de vulnerabilidade e, ao mesmo
tempo, de total aceitação. Eu queria que o ouvinte sentisse essa urgência, essa
entrega sem expectativas de julgamento.
A
terceira estrofe fortalece a intensidade da paixão, a sensação de que o desejo
é incontrolável. "Uma lágrima gemida.../Devore-me
agora/Não espere a hora/Já estou bebida e comida" são versos que
expressam a intensidade do desejo, a sensação de que o mistério é capaz de
consumir tudo.
E
então, a expressão "uma lágrima gemida"
surge como uma metáfora para o sofrimento e a aceitação simultâneos. A entrega
total é tão intensa que as palavras se tornam quase orgânicas, transformando o
desejo em algo visceral, sem tempo ou controle. Isso transparece no verso
"devore-me agora, não espere a hora",
onde a urgência do momento é palpável.
A
quarta estrofe finaliza a canção com a descrição do ápice da paixão, a sensação
de que a voz da pessoa misteriosa ilumina toda a cidade. "Na mais derradeira idade/Na subida da última ladeira/Em um
gozo de primeira/Sua voz iluminou toda cidade" são versos que revelam
o ápice do prazer, a sensação de que o amor é capaz de iluminar a vida.
A
referência à "mais derradeira idade" e
à "última ladeira" traz uma sensação
de que tudo o que foi vivido culmina em uma realização final, em um ápice de
prazer e de entrega, com a voz, agora iluminando toda a cidade. Esta parte foi
pensada para ser uma culminação emocional de todo o processo. A cidade, aqui,
representa o coletivo, o espaço onde as emoções individuais se encontram e
reverberam.
A
imagem da "mais derradeira idade"
coexiste paradoxalmente com o "gozo de primeira",
revelando uma experiência que transmuta o tempo em um instante de plenitude
absoluta. A transcendência da idade e da morte sugere uma busca por uma
eternidade que se manifesta no coração do momento presente.
A
metáfora da "voz" que ilumina a cidade
evoca o poder transformador da palavra. Essa força inspiradora, capaz de
transcender a realidade concreta, simboliza a capacidade da poesia de iluminar
as trevas e despertar novas possibilidades.
"A
Voz do Despertar" é uma canção em busca de nós mesmos através da linguagem
da entrega e da intensidade. A composição tem algo muito pessoal, mas também é
universal no seu apelo: o momento de nos permitir viver plenamente, sem medo,
em total conexão com o que somos.
Poeta Hiran de Melo
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