Álbum Princesa dos Céus Azuis 2021 – Faixa 09

Vídeo https://www.youtube.com/watch?v=Qx_qscuYcko

 

Oi, meu amigo

 

Oi! Meu amigo, saudade de tu, viu?

Estou planando na escuridão

O sol nestes dias não me alcança

Olhos arregalados fugindo da solidão.

 

(Coral)

Entendo o teu sumiço 

E quem impede a realização de um desejo teu?

Só se atreve quem não tem juízo.

 

Eu escrevi algo que depois te repasso   

Mas era a minha hora, o meu correto

Saibas de uma coisa, tu estavas certo

Uma vez quebrada a taça de cristal

Ela jamais será a mesma, mesmo com reparos

Estrada nunca é para trás e nem para o mal.

 

(Coral)

Entendo o teu sumiço 

E quem impede a realização de um desejo teu?

Só se atreve quem não tem juízo.

 

Ai! Que saudade do que me fizestes

Lindas canções no meu corpo nu

Abraços e rodopios colada em tu

Nos salões de festas no inverno.

 

(Coral)

Entendo o teu sumiço 

E quem impede a realização de um desejo teu?

Só se atreve quem não tem juízo.

 

Composição -  Hiran de Melo & Gelda Moura & Boy

Intérpretes: Boy & Bielzin

Arranjos e Gravação: Studio Washington Boy

Faixa 09 do Álbum Princesa dos Céus Azuis – 2021

Publicado no blog: Álbuns – Letras de Músicas

Vídeo:

https://www.youtube.com/watch?v=Qx_qscuYcko

 

Anexo

 

Oi, meu amigo: A leitura do poeta

 

"Oi, Meu Amigo" é uma música que surgiu da saudade e da reflexão sobre os ciclos de amizade, os encontros e os desencontros. A letra reflete o sentimento de uma pessoa que está atravessando um momento de introspecção, sentindo falta de uma amizade importante, mas também lidando com as complexidades dessa relação. A saudade é o sentimento que move toda a canção, e a forma como a solidão é abordada também traz um certo tom melancólico, mas sem deixar de ser também uma homenagem ao que foi vívido.

 

Na primeira estrofe, a expressão "Estou planando na escuridão / O sol nestes dias não me alcança" é uma metáfora para o estado de desânimo e falta de direção. O personagem sente como se estivesse perdido, sem energia para seguir, como se o brilho da vida, representado pelo "sol", estava distante. Os "olhos arregalados fugindo da solidão" traduzem essa inquietação interna e a tentativa de escapar desse vazio.

 

O coral, repetido ao longo da canção, revela um diálogo interno. "Entendo o teu sumiço / E quem impede a realização de um desejo teu? / Só se atreve quem não tem juízo." Aqui, a música sugere uma reflexão sobre a necessidade de coragem para agir e realizar os próprios desejos. A frase também traz uma provocação ao amigo ausente, questionando as razões de seu afastamento e desafiando-o a não deixar o medo ou o recebimento de agir para impedir suas escolhas. A ausência do amigo, nesse caso, desperta a necessidade de reflexão e a compreensão de que, às vezes, precisamos ser ousados ​​para viver plenamente.

 

Quando digo "Eu escrevi algo que depois te repasso / Mas era a minha hora, o meu correto", há um sentimento de necessidade de expressão, de colocar para fora algo que estava guardado, algo que necessariamente ser dito no momento certo. A metáfora da "taça de cristal" traz à tona a ideia de que algumas coisas, uma vez quebradas, não podem ser restauradas da mesma forma, não importa o quanto tentemos consertá-las. É uma reflexão sobre o tempo e os erros cometidos, mas também sobre como o caminho da vida é irreversível.

 

Na parte que diz "Ai! Que saudade do que me fizestes / Lindas canções no meu corpo nu", há uma exaltação dos momentos de liberdade e entrega, das experiências vividas ao lado do amigo, que eram intensas e plenas, como as "canções" que ressoam no corpo. Os "abraços e rodopios colados em tu" remetem a momentos de proximidade e alegria, especialmente em um ambiente de celebração, como "nos salões de festas no inverno", um cenário que traz à tona a ideia de uma época especial, de calor humano em tempos frios.

 

Em "Oi, Meu Amigo", a melodia reflete essa mistura de saudade e compreensão. A canção é ao mesmo tempo leve e intensa, melancólica e cheia de carinho, trazendo à tona a complexidade dos sentimentos humanos e das relações. A saudade é algo universal, mas a canção tenta capturar uma sensação de facilidades: a de que, mesmo com a distância e os desencontros, as experiências vividas são valiosas e deixam marcas que, de alguma forma, permanecem.

 

Para mim, essa música é uma maneira de dizer ao amigo ausente que a amizade, embora transformada, ainda é importante. A canção fala da necessidade de estar presente na vida do outro, de compreender os próprios sentimentos e de não se deixar consumir pela ausência.

 

Poeta Hiran de Melo