Álbum Inverno no Cariri 2020 – Faixa 05


Vídeo https://www.youtube.com/watch?v=XGh3XnIv058

 

Tudo de tudo, eu posso

 

Quando sinto o teu cheiro

Eu gosto

Quando sinto o teu abraço

Eu posso.

 

Tudo de tudo, eu posso

Eu posso sonhar, posso querer

É de enlouquecer.

 

Menina! Eu de tudo gosto

Só não gosto de esquecer

Só não gosto de perder

 

Quando te vejo na rua

Vestida ou quase nua

Um só desejo, o teu bem-querer

Não importa o que eu faço

O que vale é o amasso, o traço

 

Menina! Eu tudo posso

Só não posso te esquecer

 

Composição -  Hiran de Melo & Boy

Interprete: Boy

Arranjos e Gravação: Studio Washington Boy

Faixa 05 do Álbum Inverno no Cariri 2020

Publicado no blog: Álbuns – Letras de Músicas

Vídeos:

https://www.youtube.com/watch?v=BibOnhS7ksE

https://www.youtube.com/watch?v=XGh3XnIv058

 

Anexo

 

Depoimento do poeta: Tudo de tudo, eu posso

 

Quando compomos 'Tudo de tudo, eu posso', a ideia era capturar a intensidade de um amor vivido no presente, sem arrependimentos, mas também sem ilusões. O poema transita por um desejo quase irrestrito, onde tudo parece possível quando estamos imersos no sentimento de paixão e de entrega. O 'tudo de tudo' é um grito de liberdade emocional, onde a pessoa sente que, quando está ao lado do outro, nada é impossível, tudo pode ser alcançado, até os sonhos mais delirantes.

 

Logo no início, a repetição de 'Eu gosto' e 'Eu posso' serve para estabelecer esse estado de satisfação plena, de pertencimento ao momento e à pessoa amada. Quando falamos de 'sentir o teu cheiro' e 'o teu abraço', estamos trazendo para a poesia a sensorialidade que, no fundo, é o que nos conecta com a realidade da pessoa amada. Esses pequenos gestos, quase banais, se tornam mágicos e geram um empoderamento emocional, uma sensação de que a vida tem mais cor e significado quando estamos perto dessa pessoa.

 

A expressão 'Tudo de tudo, eu posso' reflete essa liberdade que vem com o amor e a paixão. Sonhar, querer, desejar, enlouquecer: tudo isso é possível quando estamos sob o efeito de uma paixão avassaladora. Não há limitações, não há barreiras; a pessoa amada se torna o centro de tudo, o ponto de referência para as emoções mais intensas.

 

Mas, ao mesmo tempo, há uma contradição no poema que começa a se mostrar. A obsessão pela pessoa amada chega ao ponto em que o desejo de 'não esquecer' e 'não perder' se torna tão forte quanto o próprio desejo de estar com ela. O medo de perder o que se ama se mistura com a alegria da posse, do 'eu posso'. Isso cria uma tensão entre o desejo de liberdade emocional e o receio de que essa liberdade se perca.

 

A visão da pessoa amada, seja vestida ou 'quase nua', é descrita de forma que enfatiza o desejo físico e emocional. Mas, de novo, a sensação de 'amasso' e 'traço' é um desejo simples, quase primitivo, de conexão, de estar junto, de compartilhar a essência do que é a relação.

 

Ao final, a repetição de 'Só não posso te esquecer' traz o ponto central da composição. A ideia de que, apesar de todas as possibilidades, de todas as coisas que se pode querer ou fazer, o único limite real é o da perda, da ausência. Esquecer alguém é uma forma de perder o que de mais precioso se tem, e isso é insuportável. O poema termina com essa simples, porém poderosa, afirmação: o que vale a pena, o que importa, é não perder o amor, a pessoa, o desejo.

 

Em 'Tudo de tudo, eu posso', buscamos captar a energia que um amor desperta, a força que nos move, a vontade que transforma e o medo que nos acompanha. O amor é, ao mesmo tempo, liberdade e aprisionamento. Ele nos faz sentir que podemos tudo, mas também nos lembra que, no fundo, não podemos viver sem o outro.

 

Poeta Hiran de Melo

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