Álbum Inverno no Cariri 2020 – Faixa 04


Vídeo https://www.youtube.com/watch?v=8GN0gw-Wbog

 

Abraçando a fogueira

 

Quando eu me for

Antes de morrer

Deixarei saudade 

Até da banalidade

Que fizemos juntos.

 

Cantando ao balão

Que ilumina o céu junino

Dentro dele sonhado, feito menino

Sem lembrar do fim de tudo

Que construímos juntos.

 

Dançando na fogueira

Para melhor acendê-la

Dentro do nosso abraço

Com toda a alegria ligeira

Do maior São João do Mundo.

 

Quando eu me for

Levarei você

Queira ou não

Dentro do meu coração

Em um beijo mais profundo.

 

Composição -  Hiran de Melo & Boy

Interprete: 🎤 Boy

Arranjos e Gravação: Studio Washington Boy

Faixa 04 do Álbum Inverno no Cariri 2020

Publicado no blog: Álbuns – Letras de Músicas

Vídeo:

https://www.youtube.com/watch?v=sLcJiZkI15U

https://www.youtube.com/watch?v=8GN0gw-Wbog

 

Anexo

 

Depoimento do poeta: Abraçando a fogueira

 

"Abraçando a fogueira" é uma canção que reflete sobre o amor, a saudade e a celebração da vida, num tom melancólico e ao mesmo tempo festivo. Ao compor esse poema, quisemos explorar como os momentos simples, mas intensos, podem ser carregados de significado e como eles permanecem conosco, mesmo quando o tempo passa e as circunstâncias mudam. O cenário é o de uma festa junina, um momento de celebração, mas também de reflexão sobre o que fica quando nos despedimos.

 

O poema começa com a ideia de despedida, mas de uma forma suave, quase inevitável. "Quando eu me for" é a chave para entender o tom de transição que estamos trazendo, uma despedida que parece antecipada, mas que está presente no presente, como uma preparação para o que virá. A saudade, aqui, não é só pela ausência do outro, mas também pela "banalidade" que se cria nas pequenas coisas do cotidiano, como os gestos e momentos compartilhados. Isso tem a ver com o quanto o simples se torna valioso com o tempo.

 

A figura do balão e do céu junino é uma metáfora para os sonhos e para a leveza do momento. O balão ilumina o céu, mas também nos transporta para um estado de inocência, como se estivéssemos "feito menino", vendo o mundo com olhos de maravilhamentos. A referência ao São João traz uma energia coletiva, uma celebração de todos os sentidos. Mas há também um toque de nostalgia, pois, ao mesmo tempo em que celebramos a vida, sabemos que ela é efêmera, e que o "fim de tudo" está sempre presente, mesmo nas nossas maiores alegrias.

 

A fogueira e a dança são símbolos da união e da intensidade do momento vivido. "Dançando na fogueira para melhor acendê-la" é uma metáfora para o desejo de manter viva a chama da conexão, da alegria e do amor, mesmo sabendo que a fogueira tem um fim, que a chama vai se apagar. O abraço e a alegria "ligeira" do São João refletem a sensação de que estamos juntos, celebrando a vida, mas sem esquecer da transitoriedade do tempo.

 

A última estrofe é a mais íntima e profunda. "Levarei você dentro do meu coração" é um gesto de amor eterno, que transcende a despedida. Mesmo quando o corpo se for, a alma e os sentimentos permanecem. O beijo mais profundo não é apenas físico, mas simbólico da entrega total, da união que se perpetua além do físico, do que é palpável. A saudade e o amor se tornam, então, um vínculo que não se quebra.

 

"Abraçando a fogueira" é, em sua essência, uma reflexão sobre a celebração da vida, a intensidade do amor e da amizade, e o quanto as pequenas coisas, como a dança e o abraço, ficam marcadas em nossa memória. Mesmo quando o fim se aproxima, o que nos fica é o calor da fogueira acesa, a lembrança de um tempo bem vivido e a certeza de que, de alguma forma, o outro estará sempre conosco, em cada abraço, em cada beijo, em cada pedaço de alegria que vivemos juntos.

 

Poeta Hiran de Meloalado

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